"Augustão" continua sem conclusão nas reformas

Blocos de salas de aulas inacabados, calçamento mal iniciado, e diversas salas com estrutura física parcialmente deteriorada. Quem passa diariamente em frente da Escola Estadual Augusto Antunes, em Santana, acha que aquela instituição de ensino já encontra-se totalmente reformada e ampliada. Mas a realidade é outra. 

Com as obras de adaptações iniciadas em 2007, a Escola possui mais de 1.600 alunos distribuídos em três turnos distintos, tendo que buscar as formas mais necessárias para atender aquela demanda, havendo apenas 14 salas de aula que oferecem condições físicas para esses estudantes. 

“Em 2010, tinha sala de aula que precisava comportar cerca de 30 alunos durante uma aula. Em 2012, já tinha salas que chegavam a ter 38 alunos se apertando durante alguns turnos. Agora temos que distribuir dois grupos de alunos que ficam até na área da cantina para que possamos dar as aulas de forma bem limitada”, contou uma professora do curso secundário da Escola, que preferiu não se identificar. 

A mesma professora também apontou alguns motivos que levaram a tão prolongada obra a não ter sido ainda concluída pelo poder público. “Já vieram vários técnicos da Secretaria de Educação (Seed) fazerem medição de algumas áreas aqui dentro da escola, e começaram um projeto de construírem dois blocos. Aí passou um tempo e voltaram de novo e refizeram o projeto para construírem mais um bloco de salas, sem terem terminado a construção dos outros dois blocos. Ficou uma confusão que ninguém mais sabe como é o projeto original”. 

Providências
A estudante Larissa Machado, 18 anos, que cursa o último ano do ensino médio naquela escola e também faz parte de seu grêmio estudantil, falou já ter sido enviado vários abaixo-assinados (formulados por professores da escola e até alunos) para a Secretaria Estadual de Educação (Seed), cobrando a conclusão imediata das obras da instituição, porém, nenhuma resposta positiva foi repassada. 

“Desde 2010 enviamos dezenas de documentos pedindo para terminarem essas obras, e só vinham dizendo que precisavam de um certo tempo para reavaliarem o projeto das reformas, pois, diziam que haviam várias falhas no projeto. Esperamos por mais de um ano e não veio nenhuma resposta, então começamos a fechar a frente da escola com vários cartazes, pedindo para darem qualquer informação sobre essa obra. Mesmo assim a Secretaria (SEED) achou que agimos de maneira totalmente errada”, explicou a estudante Larissa Machado, ao citar que mais de 10 ofícios com assinaturas de mais de 500 alunos (que estudam somente na escola augustana) foi encaminhado à SEED, sem qualquer retorno sobre a conclusão da escola. 

Retaliação
A estudante ainda informou que, em virtude dos próprios estudantes da instituição manifestarem publicamente sua indignação por parte da obra inacabada, alguns membros que ocupam a classe gestora da escola vêm “intimidando” constantemente esses estudantes por estarem apoiando as ações de manifesto. 

Estudantes já fizeram várias manifestações
pedindo a conclusão das obras da referida Escola.
“Tem professor aqui na escola que fica observando os alunos que chegam em cima da hora e fazem de tudo pra eles (os alunos) não entrarem para assistirem o primeiro horário das aulas. A maioria desses alunos são aqueles que não ficam calados e participam de passeatas e outras manifestações para melhorar a atual situação da nossa escola. Isso é uma injustiça que acontece com eles”, lamentou a estudante Larissa, que preferiu não citar os nomes dos professores que bloqueiam a entrada de alunos que chegam cerca de 10 ou 15 minutos atrasados, respeitando o horário de tolerância permitido pela escola. 

Foram feitas diversas tentativas de contato com a Secretaria de Estado da Educação para buscar informações sobre a conclusão das obras da Escola Augusto Antunes, porém, ninguém do gabinete estadual quis comentar o fato. Assim como também não foi possível qualquer contato com a direção da escola para apurar a denúncia de retaliações e represálias contra estudantes da instituição.

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