Condenada por peritos, DP de Santana passa a funcionar na UPC do Igarapé da Fortaleza

Em apenas uma semana à frente da Delegacia Geral da Polícia Civil (DGPC), a delegada Lourdes Souza deu início aos trabalhos e começou a visitar as DPs da capital e do interior do Estado. A primeira delas foi a 1ª Delegacia e também Central de Flagrantes do município de Santana, que recentemente passou por uma inspeção. 

Conforme laudos da Polícia Técnico-Científica (Politec), o prédio onde a mesma funciona há pelo menos quatro anos, está condenado. “Não há a mínima condição de manter nossos policiais trabalhando naquele local. Aquela estrutura pode cair a qualquer momento”, contou a delegada. 

Diante da situação, a primeira medida a ser adotada pela autoridade, foi o remanejamento das atividades da delegacia para o prédio da Unidade de Polícia Comunitária (UPC), que fica localizado no Igarapé da Fortaleza. “Além desse laudo da Politec, existe um laudo também da Vigilância Sanitária apontando os riscos, os perigos iminentes que os policiais estão correndo se continuar naquele local. Nós nos preocupamos muito com o atendimento à população, mas pra gente atender bem a população, nós precisamos cuidar dos nossos também. 

Demandas
Para que eles atendam bem, eles têm que se sentir seguros. Nenhum atendimento vai deixar de ser feito. Mas para a segurança dos nossos policiais e da própria população, esse remanejamento vai ser feito o mais rápido possível”, assegurou a delegada geral. 

Ainda de acordo com Lourdes Souza, as questões mais urgentes, como é o caso do remanejamento das atividades da Central de Flagrantes de Santana, serão prioridades em sua gestão. 

“Nós já estamos sentando. Temos que ver a situação orçamentária. Não vamos ficar chorando pelo que foi entregue ou deixou de ser entregue. Mas ainda não nos foi repassada a real situação em que as coisas estão”, revelou a delegada geral. 

A data para que o remanejamento aconteça ainda não foi definida. Porém, o diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), delegado Uberlândio Gomes, garantiu que ainda hoje (08/01) entregará pessoalmente o ofício ao comando do 4º Batalhão da Polícia Militar (PM), que é o responsável pela UPC. 

“Vou pessoalmente protocolar esse ofício e assim aproveito para conversar com o comandante. Acredito que não haverá problema algum. Até porque, numa conversa informal isso já foi acertado. É apenas uma questão de oficializar”, disse Gomes, acrescentado que para o devido funcionamento da 1ª DP serão necessárias pelo menos seis salas da UPC. 

Arregaçando as mangas
Desde que foi nomeada e tomou posse, a Delegada Geral da Polícia Civil tem se dedicado a conferir em loco todas as problemáticas que nós últimos anos assolaram a instituição. Todos os dias, antes de ir para o gabinete, Lourdes Souza tem indo nas DPs ouvir agentes e delegados. “Vamos fazer de tudo para dar o mínimo de condições descente para nossos servidores. Porque se eles não se sentirem seguros e em condições dignas de trabalho, como é que eles vão atender bem à população?!”, ponderou. 

Reforma
De acordo com a autoridade, a segunda delegacia que deve passar por uma reforma urgente, é a de Crimes Contra a Mulher (DECCM) em Macapá. “A situação de lá também é crítica. Já entrei em contato com o delegado Roberto Prata, que é o diretor do Departamento de Polícia Especializada, o DPE. Estamos vendo como vamos fazer para redistribuir as atividades dessa delegacia para que ela seja reformada”, detalhou Lourdes Souza. 

Para finalizar, a delegada disse que os demais problemas também devem ser solucionados em curto e médio prazo. Mas, segundo ela, para que se resolvam de fato as mazelas dentro da Polícia Civil, o Governo do Estado deve realizar até ano que vem concurso público tanto para delegado como para agente. Já quem quatro anos não foi feito e muitos profissionais se aposentaram, passaram em outros concursos fora do Estado ou faleceram. 

“Sei que não será fácil. Estamos fazendo engenharia com o que a gente tem. Mas não adianta ficar chorando como já disse, e nem ficar trancada em gabinete. Vamos tentar resolver cada problema. Mas enquanto isso, a gente vai ter que ir trabalhando com o que tem. A população não pode ficar desassistida nenhum dia. Vamos fazer funcionar o que dá para funcionar. Vamos reunir com todos os delegados, e isso não dá pra se fazer em uma semana. Mas precisamos ouvir deles o que eles acham que pode ser feito para melhorar. Pedir que cada um deles nos apresente uma solução. Pois eles também podem opinar. Uma vez que são eles que estão na ponta de frente, vivenciando os problemas. E com isso, a gente chega ao meio termo. Em algo que seja bom para todo mundo”, ressaltou.

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