Soldado do Exército que ironizou morte de PM deixará a corporação

Mensagem irônica no WhatsApp
O comandante em exercício do 34° Batalhão de Infantaria e Selva (34º BIS), coronel Fábio Florindo, disse na quarta-feira (07/01) que o soldado do Exército que ironizou a morte de um sargento da Polícia Militar (PM) em dezembro de 2014, deixará a corporação em março. Fotos de um bate-papo no aplicativo WhatsApp publicadas no Facebook mostram o soldado chamando de "fulero" o policial Wanderley do Socorro, morto na noite de 13 de dezembro com um tiro na cabeça em Santana. 

Florindo informou que foi aberta uma sindicância que apurou o envolvimento do soldado nas postagens. Ele foi punido com prisão de cinco dias no quartel, além de sanções disciplinares. O comandante disse que o militar não foi expulso oficialmente porque deixará o quartel durante a segunda dispensa de recrutas do ano, que foi definida antes mesmo da publicação das postagens. 

"Ele é um soldado do efetivo variável que estava apenas cumprindo o período obrigatório de serviço militar. Desse efetivo poucos continuam no quartel, salvo aqueles que se destacaram e tiveram méritos, o que não foi o caso dele, que com essa alteração considerada grave ele 'assinou' de vez sua saída da corporação", reforçou. 

O comandante informou que essa foi a primeira sindicância aberta no batalhão envolvendo postura de militares em redes sociais. Segundo Florindo, a prática será acompanhada de forma intensificada a partir de agora. 

"Hoje em dia as pessoas têm um maior acesso às redes sociais e casos como esse podem acontecer de novo, mas essa é uma postura extremamente condenada pelo Exército, que não deve fazer parte da postura de nenhum soldado que queria integrar o serviço", completou. 

À época, o caso gerou revolta entre usuários da rede, que criticaram a postura do soldado do Exército Brasileiro. “Moleque sem noção, soldadinho infantil. Com seis meses, sei lá, vão dar baixa nele e vai voltar para a sociedade”, publicou um internauta, à época. “Só respeite o sargento que sempre defendeu a sociedade e morreu por ser policial militar. Você não sabe ainda o que é uma dor de perder um ente querido. A minha educação e formação não me deixam escrever aqui umas palavras pra você”, criticou um policial militar no Facebook. 

Sargento da PM foi morto em Santana.
O caso
O sargento da Polícia Militar (PM) Wanderley do Socorro foi morto com um tiro na cabeça na noite do dia 13 de dezembro, em Santana, a 17 quilômetros de Macapá. A vítima estava em um bar na área portuária do município quando um dos três suspeitos de participar do crime disparou contra o militar. Um deles foi preso em Macapá horas depois do assassinato. Ele chegou a ser reconhecido por testemunhas, segundo o 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM). 

O militar estava em dia de folga no momento do assassinato. O 4º BPM informou que os três suspeitos do homicídio estavam jogando sinuca no estabelecimento comercial antes de cometerem o crime. Eles teriam saído do bar e retornado com uma arma de fogo, conforme relatos de testemunhas à polícia. Antes de disparar contra o sargento, um deles ainda teria dado uma paulada na cabeça da vítima. Não houve discussão entre os envolvidos.

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