Derrubado pela crise, loja de Santana demite 10 funcionários de uma única vez

´Comércio tenta evitar novas demissões coletivas
Já passava das 09:00hs da manhã dessa segunda-feira (10/08), quando a jovem Lidiane Rosa de Freitas, de 20 anos, procurou a Delegacia do Trabalho e Emprego do município de Santana, com o intuito de solicitar um cálculo trabalhista indenizatório, pois, a mesma acabara de ser uma entre outros dez funcionários que foram dispensados de uma conhecida loja da cidade. 

“Ele (dono da loja) já havia nos comunicado no início do mês que teria que dispensar alguns funcionários por não está indo bem o comércio. O pessoal achava que seriam somente dois ou três dispensados, e continuamos trabalhando. Quando chegamos hoje na loja, foi que ele nos informou da real situação e falou pra cinco pessoas (incluindo Lidiane) que não eram mais preciso vim a partir de amanhã”, contou a ex-funcionária. 

Ainda de acordo com Lidiane – que exercia a função de operadora de caixa e está no 6º semestre do curso universitário de pedagogia – os primeiros cinco funcionários que foram hoje dispensados trabalhavam de carteira assinada e estavam há mais de um ano no estabelecimento, sendo que os outros cincos trabalhadores continuarão no local até o dia 21 de agosto, já que apenas prestam serviço provisoriamente (sem carteira assinada), mas já estão há mais de quatro meses na loja. 

Lojas de Santana procuram manter, no máximo,
entre 03 ou 04 funcionários.
Evitar dívidas
O blog STN/AP procurou o referido estabelecimento comercial, localizado no Centro de Santana, que atua há quase uma década no ramo de confecções e calcados no município, porém, o dono – conhecido como “Bena” por outros empresários santanenses – não quis comentar sobre o assunto. Mas um irmão do proprietário da loja, que também possui um estabelecimento nas proximidades, esclareceu a extrema necessidade dessa “demissão em massa”. 

“Não tem aparecido lucro para os comerciantes há vários meses e as contas só vão acumulando para alguns empresários de Santana. Meu irmão paga quase R$ 6 mil somente no aluguel do ponto da loja, fora a conta de luz que chega a outros R$ 3 mil por mês. Então não adianta ficar segurando funcionários se não tiver dinheiro na cidade, ele prefere evitar que fique se acumulando dívidas”, explicou Arnaldo Mendes, que chegou a comprar dezenas de mercadorias do próprio irmão para ajuda-lo diante da crise. 

Nem mesmo a forte campanha do comércio amapaense para o período do Dia dos Pais (que foi ontem, 09) favoreceu os empresários locais, disse Arnaldo. “Na verdade a crise perdeu o controle, e só temos que lamentar”.

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